conversas na livraria "D. Quixote e Portugal – Fontes Portuguesas da Obra de Miguel Cervantes", qui 30 03 2006 21h
O Dr. José Valle de Figueiredo, a convite da Real Associação de Viseu, vai estar na livraria para uma conversa em torno da obra de Cervantes: “D. Quixote e Portugal – Fontes Portuguesas da Obra de Miguel Cervantes”.
No ano passado comemoraram-se 400 anos sobre a publicação de D. Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes. Assim o ano de 2005 foi um ano de festa e por todo o mundo se comemorou Cervantes, D. Quixote e Sancho Pança.
"Neste ano, em que comemoramos os 400 anos de publicação desta grande obra, talvez muitos que não a leram ainda consiga encontrar um tempo para ler. Não é preciso que seja todo de uma vez. Pode ser uns dois ou três capítulos cada fim de semana. Mas eu sinceramente acho muito difícil ler-se só uns capítulos de cada vez.
Eu já tive a experiência de lecionar este romance várias vezes, para universitários, em espanhol. O princípio é sempre difícil, porque a língua espanhola mudou bastante desde 1605, e em geral nas primeiras páginas tenho que instruir aos alunos que abandonem o dicionário e tentem “entrar” na história. Isso leva mais ou menos umas 20 páginas iniciais. Depois, o difícil é segurá-los para que não leiam tudo de uma vez.
E a cada leitura, Don Quixote se revela um pouco mais. A cada leitura, o mundo da Espanha do século XVII se descortina, e nos deixa ver as relações humanas complicadas pela recente expulsão dos mouros, pela hostilidade contra os judeus, pela insistência de muitos personagens (inclusive Sancho Panza) de que são “cristãos velhos” (uma maneira de se distinguirem daqueles judeus que, com medo da Inquisição, se “converteram” ao cristianismo). Vemos a vida dos camponeses, suas dificuldades, suas relações com os senhores feudais, com a aristocracia decadente (como Don Quixote, e como o avô de Cervantes). Desta cultura – Portugal e Espanha sempre tiveram laços muito fortes – vieram os que nos colonizaram no Brasil.
Em cada leitura também vemos como as descrições são incrivelmente engraçadas, e como o livro critica praticamente todo mundo, desde os nobres aos religiosos, às pessoas convencidas da própria grandeza. A cada leitura, mas claramente se vêem os dois personagens principais nas suas grandezas e mesquinhezas, que os fazem tão humanos." - escrevia, o ano passado na revista Espaço Acadêmico (nº 48-Maio/2005), a Professora Eva Paulino Coelho.
No ano passado comemoraram-se 400 anos sobre a publicação de D. Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes. Assim o ano de 2005 foi um ano de festa e por todo o mundo se comemorou Cervantes, D. Quixote e Sancho Pança.
"Neste ano, em que comemoramos os 400 anos de publicação desta grande obra, talvez muitos que não a leram ainda consiga encontrar um tempo para ler. Não é preciso que seja todo de uma vez. Pode ser uns dois ou três capítulos cada fim de semana. Mas eu sinceramente acho muito difícil ler-se só uns capítulos de cada vez.
Eu já tive a experiência de lecionar este romance várias vezes, para universitários, em espanhol. O princípio é sempre difícil, porque a língua espanhola mudou bastante desde 1605, e em geral nas primeiras páginas tenho que instruir aos alunos que abandonem o dicionário e tentem “entrar” na história. Isso leva mais ou menos umas 20 páginas iniciais. Depois, o difícil é segurá-los para que não leiam tudo de uma vez.
E a cada leitura, Don Quixote se revela um pouco mais. A cada leitura, o mundo da Espanha do século XVII se descortina, e nos deixa ver as relações humanas complicadas pela recente expulsão dos mouros, pela hostilidade contra os judeus, pela insistência de muitos personagens (inclusive Sancho Panza) de que são “cristãos velhos” (uma maneira de se distinguirem daqueles judeus que, com medo da Inquisição, se “converteram” ao cristianismo). Vemos a vida dos camponeses, suas dificuldades, suas relações com os senhores feudais, com a aristocracia decadente (como Don Quixote, e como o avô de Cervantes). Desta cultura – Portugal e Espanha sempre tiveram laços muito fortes – vieram os que nos colonizaram no Brasil.
Em cada leitura também vemos como as descrições são incrivelmente engraçadas, e como o livro critica praticamente todo mundo, desde os nobres aos religiosos, às pessoas convencidas da própria grandeza. A cada leitura, mas claramente se vêem os dois personagens principais nas suas grandezas e mesquinhezas, que os fazem tão humanos." - escrevia, o ano passado na revista Espaço Acadêmico (nº 48-Maio/2005), a Professora Eva Paulino Coelho.
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